Série mostra como o Acre foi usado para tornar o PCC bilionário no país

De acordo com o médico Drauzio Varella, o Norte do Brasil foi um ponto crucial para o desenvolvimento do grupo

Uma série exclusiva elaborada pela reportagem da UOL mostra como o Primeiro Comando da Capital (PCC), a facção criminosa mais articulada do Brasil, conseguiu aumentar significativamente as transações financeiras nos últimos 15 anos, saltando de R$ 6 milhões para R$ 1 bilhão no período.

O Acre não está fora dessa rota e desse crescimento, é o que aponta a análise do colunista Josmar Jozino, que também fez um levantamento histórico sobre o desdobramento da facção no Estado.

De acordo com o médico Drauzio Varella, o Norte do Brasil foi um ponto crucial para o desenvolvimento do grupo que saiu do status de facção para cartel.

“O PCC tratou, inicialmente, de tomar a fronteira do Brasil com o Peru, a Bolívia, principalmente o Norte do País, pela Amazônia, para controlar todo o tráfico de drogas”, destacou.

Na reportagem, um ex-membro conta com conheceu o PCC e, em seguida, foi encaminhado para um presídio no Acre, no mesmo momento em que havia “um laço de amizade entre o grupo e o Comando Vermelho”, para que o último se mantivesse.

“No Acre todos eram do Bonde. O CV, um dia, mandou 80 caras [homens] do Mato Grosso do Sul para acabar com o Bonde. Nesse momento, o CV apadrinhou o Bonde para se manter no Acre. Quem segura o bonde dos 13 no Acre é o PCC. Eles arcam com armas, drogas, dinheiro e tudo”, comentou.

A briga por território no tráfico só pode ser cessada na vida de alguns membros, a partir do momento que eles ingressam em uma igreja e testemunham a decisão pela “mudança de vida”. A série também mostra, no Acre, a conversão de alguns ex-faccionados em comunidades evangélicas.

“A única saída é a igreja. Se ele [o ex-faccionado] sair, tem que pagar o que deve e sair. Para que todos saibam que ele mudou de vida, mandamos um vídeo nas redes e todos ficam sabendo”, disse o pastor Arnaldo Barros.

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