Carrefour: lojas são quebradas em protestos e CEO global se pronuncia

Protestos ocorrem em lojas do Carrefour em diferentes capitais após morte de João Freitas em loja em Porto Alegre

Após a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, asfixiado na noite desta quinta-feira 19, por dois seguranças em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, conforme indicou o primeiro resultado da necropsia realizada pela perícia da cidade, Alexandre Bompard, presidente global da varejista, se pronunciou nas redes sociais. 

“Em primeiro lugar, gostaria de expressar meus profundos sentimentos, após a morte do senhor João Alberto Silveira Freitas. As imagens postadas nas redes sociais são insuportáveis (…) Medidas internas foram imediatamente tomadas pelo Grupo Carrefour Brasil, principalmente em relação à empresa de segurança contratada. Essas medidas são insuficientes. Meus valores e os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência. Espero que o Grupo Carrefour Brasil se comprometa, além das políticas já implantadas pela empresa.”, disse o executivo no Twitter no início da noite desta sexta-feira, após uma enorme reação nas redes sociais no Dia da Consciência Negra.

 

Protestos

Dezenas de grupos de movimentos sociais organizaram protestos na unidade de Porto Alegre, onde aconteceu a morte de João Freitas.

O movimento foi seguido em outras cidades como São Paulo, onde a unidade da Rua Pamplona foi depredada e queimada,como mostram imagens nas redes sociais. No Rio Janeiro dezenas de manifestantes também ocuparam lojas. Em Belo Horizonte não foi diferente.

Em São Paulo, por exemplo, uma marcha que já aconteceria por conta do Dia da Consciência Negra caminhou sentido a unidade depredada por volta das 18h30.

No Rio de Janeiro, segundo apurações locais, as manifestações foram pacíficas ao exigir o fechamento da operação.

Foto: Reprodução – Google

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O caso

Um homem negro identificado como João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado e morto por dois homens brancos em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite da  quinta-feira, 19. Informações iniciais apontaram que os agressores foram um segurança e um PM temporário.

De acordo com o delegado Leandro Bodoia, plantonista da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa, teria havido um desentendimento entre a vítima e funcionários. Testemunhas disseram que João Alberto fez “gestos agressivos” durante compras no caixa. Os seguranças foram chamados por uma funcionária e o conduziram para fora da loja. A esposa da vítima seguiu dentro do estabelecimento finalizando a compra.

As imagens das câmeras de segurança mostram um homem desferindo um soco no segurança. Neste momento teriam começado as agressões, filmadas e divulgadas nas redes sociais. Quando a esposa de João Alberto saiu do supermercado em direção ao estacionamento, viu a cena e, segundo relatos, foi impedida de se aproximar. Ainda de acordo com informações de testemunhas, uma ambulância do Samu foi ao local e tentou reanimá-lo, mas ele não resistiu às agressões e os suspeitos foram presos em flagrante.