“Uma das grandes prioridades que precisamos ter é a geração de emprego”, afirma Minoru Kinpara em live

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Candidato foi o último entrevistado da série de bate-papos com candidatos à prefeitura de Rio Branco. Debate foi promovido pelo Diretório Central dos Estudantes da Ufac

O candidato à prefeitura de Rio Branco pelo PSDB, Minoru Kinpara, participou, nesta sexta-feira (23), de um bate papo especial promovido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Acre (Ufac). A live, transmitida pelo Instagram do DCE, foi mediada pelo coordenador de organização do Diretório, Danilo Lopes, e contou com a presença e participação de internautas.

Durante a live, que durou aproximadamente uma hora, Minoru agradeceu o convite e começou lamentando a tragédia que vitimou Levi Freitas, um dos coordenadores da campanha do candidato. “Suspendemos nossa campanha por dois dias por conta do pai de família e líder comunitário do bairro Hélio Melo que foi brutalmente assassinado (na tarde da última quinta-feira, 22). Ele foi um dos coordenadores da nossa campanha – principalmente nas ruas –, uma pessoa que lutava em prol do bairro. O que aconteceu com ele poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa. Nossa população está muito vulnerável à violência, já que Rio Branco é a segunda capital mais violenta. Se não fizermos nada, a tendência é que a situação piore cada vez mais e isso precisa ser mudado”, ponderou.

DESEMPREGO

Em seguida, o candidato discutiu sobre alguns problemas que a sociedade rio-branquense enfrenta, principalmente, os que pôde identificar durante as caminhadas nos bairros. Um dos pontos abordados na conversa foi a falta de emprego. Dentre as várias lacunas, comentou sobre a falta de uma secretaria municipal de desenvolvimento econômico e, em contrapartida, citou a ideia de criar um parque tecnológico e de também fornecer oportunidades àquelas pessoas que trabalham no campo. Além disso, falou sobre a importância de trazer eventos que possam movimentar a economia local, citando, como exemplo, a 66ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que trouxe mais de três mil pessoas ao estado em 2014.

O professor também falou que a pandemia acentuou a situação e que agora, mais do que nunca, o problema precisa ser contornado para que as pessoas possam viver com dignidade. “Precisamos de prefeitos para pavimentar, iluminar, fazer calçada, mas nós temos um novo desafio. Precisamos de um prefeito que tenha a cabeça no século XXI. Uma das grandes prioridades que precisamos ter é a geração de emprego. Segundo o Ministério do Trabalho, 38% dos empregos do Acre vêm do setor público, seguido do comércio, com 19%. Hoje, nós temos mais pessoas desempregadas do que empregadas. Nessa pandemia, cerca de 40% das pessoas que trabalham com comércio foram demitidas. Quando não se tem um trabalho, não se tem a dignidade de comprar o alimento, por exemplo”, comentou.

JUVENTUDE

A conversa também abordou sobre a importância de dar prioridade aos jovens. Kinpara afirmou que é necessário inserir a juventude em atividades de promoção de cultura, esporte, lazer, cursos profissionalizantes e empregabilidade. “O jovem quer ter uma profissão, quer trabalhar […] por que o poder público não abraça essas pessoas que já fazem de tudo com tão pouco? Não precisamos inventar a roda, pois ela já foi inventada, mas podemos aperfeiçoá-la, fazê-la ficar mais duradoura”, disse, se referindo às ideias que advém da comunidade e que podem ser moldadas.

CRECHES

O tucano falou que a educação é um tema a que teve e tem muita vivência – por ser professor – e que conhece as necessidades dos estudantes. Uma internauta perguntou ao candidato sobre as propostas para sanar a falta de creches e de vagas. Minoru aproveitou a pergunta para falar que objetivava criar uma creche universitária para as mães estudantes. “Quando fui reitor da Ufac, um dos meus sonhos era implantar uma creche na universidade. Na época, busquei fazer parceria com a Prefeitura para que o espaço pudesse ser construído. Eles entrariam com os professores e assistentes de creche, e nós (à época na posição de reitoria) com a estrutura, mas acabou não dando certo. Nossas mães precisam de creches. Segundo IBGE, temos 30 mil crianças em idade de creches – que abrange de 0 a 5 anos, e nós atendemos apenas com cerca de cinco mil vagas”, pontuou, destacando a necessidade de alterações na forma de ingresso – sendo, atualmente, o sorteio –, bem como em estabelecer parcerias com entidades que já dialogam com a educação, como instituições religiosas, por exemplo.

SAÚDE

Para Minoru, a pandemia evidenciou muitos problemas no que tange à saúde municipal. “Baseado em dados divulgados em abril de 2020 pelo Ministério da Saúde, em cobertura da Atenção Básica no ranking das capitais, somos o penúltimo. Em saúde da família, somos o último. Tem muitos locais que têm postos de saúde, mas que não funcionam de forma correta, e outras localidades que nem tem UBS”, comentou, apresentando a proposta de usar a tecnologia da informação para desenvolver o Portal da Saúde, que visa facilitar o agendamento de consultas, acompanhamento de prontuários e verificação dos medicamentos disponíveis na Unidade. “Hoje temos a tecnologia. Por que não usar em benefício da população?”, ressaltou.

Outra proposta para a melhoria dos serviços de saúde, também contida no plano de governo, é o projeto “Mães de Rio Branco”, baseado em experiências exitosas em estados como Minas Gerais. A ideia consiste em fornecer o acompanhamento, de forma humanizada e frequente, às gestantes, compreendendo o período do pré-natal até o pós-parto, e acompanhando o desenvolvimento da criança. Além disso, ele comentou sobre a possibilidade de fazer verificação de mães que estão em situações de vulnerabilidade social e de fornecer suprimentos básicos como o enxoval da criança.

TRANSPORTE PÚBLICO E MOBILIDADE URBANA

Dentre tantas perguntas sobre diversos temas, muitas delas foram destinadas às questões em torno da mobilidade urbana e do transporte coletivo. Minoru comentou que se paga caro em passagem de ônibus para não receber a qualidade que os passageiros merecem. Para ele, além da falta de segurança, não há conforto nem climatização suficiente, além do fato de precisar esperar por horas para entrar em ônibus superlotado. Uma das propostas que o candidato apresentou para o problema foi a climatização das passarelas do Terminal Urbano e a necessidade dos terminais de integração funcionarem como tal, “e não apenas como paradões (se referindo a grandes pontos de ônibus)”, falou.

Outra ideia contida no plano de governo do candidato é o passe livre aos estudantes. Ele frisou que essa ideia não é novidade, pois já existe em outras localidades.

“Exemplos disso são João Pessoa, Curitiba, São Paulo, mas muitos podem perguntar ‘mas vai tirar dinheiro de onde?’ A prefeitura gasta, com cargos comissionados por mês, 2,8 milhões de reais. Se cortar 800 mil deste montante a cada mês, por ano vai acumular 9,6 milhões que podem ajudar no custeio dos gastos”, frisou.

Além disso, também conversou sobre a necessidade de colocar em prática as questões em torno da acessibilidade, tais como: calçadas para caminhar, ruas pavimentadas, passarelas, rampas para os cadeirantes, bem como da urgência de rever o Plano Diretor da cidade.

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