‘Se tem uma coisa que a antiga oposição não fez foi se preparar para o poder’, diz cientista político

Em entrevista ao site Folha do Acre, o cientista político e professor na Universidade Federal do Acre, Nilson Euclides da Silva, afirmou que o grupo político que elegeu o governador Gladson Cameli, em 2018, a antiga oposição, não se preparou para exercer o poder e, por isso, se vê atualmente fragmentado, com lideranças pulverizadas e um vácuo de poder.

O cientista político disse ainda que falta ao grupo um viés ideológico real que vá além da disputa por cargos públicos no governo.

Nilson Euclides afirma que além da falta de preparo pesou contra o grupo a falta de uma bandeira ideológica forte.

“Se tem uma coisa que a oposição não fez, a antiga oposição, que hoje é governo, foi se preparar para o poder. Desde a eleição de Flaviano Melo para prefeito de Rio Branco, em 2000, que nunca mais este grupo se reuniu em torno de um único nome em eleições municipais. Eles desaprenderam a trabalhar em grupo desde 2000. Não se prepararam para a saída do PT do poder, como aconteceu em 2018, e o que vemos agora é um grupo fragmentado, com lideranças pulverizadas e cada líder conduzindo um agrupamento de pessoas”, diz.

O cientista político afirmou que além da suposta falta de organização pesou contra o grupo também o fato de não ter uma bandeira ideológica definida.

“Falta ideologia para manter o grupo unido. Sem ideologia não tem ‘norte’. Nenhum membro deste governo sabe o que quer. O que existe é uma fome de ocupar poder, de ocupar cargos públicos. É uma briga por espaços, não uma briga de ideias”, diz.