13 maio 2024

Rocha dá 5 motivos para suspeitar da Avancard, serviço contratado pelo próprio governo

Date:

O vice-governador do Acre, Major Rocha, usou as redes sociais na noite desta quarta-feira (30) para alertar sobre os serviços prestados pelo cartão Avancard, serviço oferecido pela empresa Fêniz Soft e contratado pelo governo do Acre.

Rocha enumerou cinco motivos para ficar de olho na Avancard no Acre. Segundo o vice-governador, a taxa de juros adotada pela empresa é “astronômica”.

Confira o texto do vice-governador:

CINCO MOTIVOS PARA FICAR DE OLHO NA AVANCARD

Hoje pela manhã recebi uma ligação inusitada. O número (011) 5852-1502 me ligou perguntando se eu estava interessado em adiantar meu salário ou ainda se estava interessado em fazer empréstimo consignado. Tudo seria normal não fosse a forma nebulosa e os questionamentos que envolvem a chegada dessa empresa ao Acre.

Não é demais relembrar que essa atitude, aparentemente simples, de ligar para os servidores públicos oferecendo serviços creditícios pode esconder interesses nada republicanos. Quero aqui enumerar situações que julgo muito estranhas.

Primeiro. Nunca dei meu numero de telefone para a empresa, se quer autorizei quem quer que seja a fornecer meus dados pessoais. Resta a dúvida, quem forneceu? Estaria a SEPLAG repassando informações pessoais dos servidores públicos para que estes sejam importunados pelas equipes de telemarketing do cartão de crédito Avancard?

Segundo. A Avancard, serviço fornecido pela empresa Fênix com sede em Manaus, chegou ao Acre criando embaraços entre o Governo do Estado e a empresa consignatária anterior, a Zetrasoft, com sede em Minas Gerais. O rompimento unilateral do contrato com a Zetrasoft foi realizado sem os esclarecimentos devidos, a Avancard assumiu a prestação do serviço através de uma contratação direta, sem abertura de processo licitatório. Por mais que existam possibilidades legais para tal ato administrativo, a ausência de licitação não demonstraria direcionamento e favorecimento à empresa manauara?

Terceiro. Muitas pessoas que precisam de novos empréstimos ou reter margem consignável para filiações ou desfiliações não estão conseguindo realizar os procedimentos. Problemas no sistema foram as grandes críticas realizadas pelos bancos, presidentes de sindicatos e associações. Pelo que se percebe somente a Avancard consegue fazer tais procedimentos já que oferece serviços via telemarketing. Estaria a Avancard precarizando o serviço para bancos, entidades sindicais e associativas para se favorecer?

Quarto. A taxa de juros adotada pela empresa de Manaus é astronômica. Enquanto bancos estão oferecendo condições de taxas com média de 1,2%, a nova consignatária chega a 5,5%. Estaria a empresa tentando tirar até a última gota de sangue do servidor público e um curto espaço de tempo?

Quinto. Outro fator importante para este debate diz respeito ao percentual de endividamento do servidor público. A Assembleia Legislativa aprovou lei estabelecendo o percentual de 35% do salário como margem consignável. Com a empresa, o servidor ganhou um “plus” que chega aos 50%, o que pode fazer com que exista um superendividamento dos servidores, uma vez que houve um aumento do percentual consignável a uma taxa exorbitante de juros.

Como se percebe, uma simples ligação pode representar muita coisa. Não podemos compreender e naturalizar o que está acontecendo, o estado não pode ser paraíso para empresas de outros estados que vem aqui e levam o nosso dinheiro e deixam prejuízos irreparáveis ao bolso dos acreanos. De minha parte, o único financiamento que tenho é o da minha casa, contratado pela Caixa Econômica Federal. Tenho ainda contas no Banco do Brasil e SICOOB-Acre, todas instituições financeiras sólidas e amplamente conhecidas pelos acreanos. Caso um dia necessite de algum financiamento, não tenham dúvida que recorreria a uma dessas que aliam taxas mais vantajosas e credibilidade. Penso que há necessitasse de adentrar ainda mais na questão e procurar os órgãos fiscalizadores e, constatado indícios de crime, irei ao MP denunciar, reforçando a palavra já dita por alguns parlamentares acreanos.

Últimas