Lula da Silva lamentou ainda a forma como a extrema-direita está crescendo, nomeadamente com Donald Trump, nos EUA, e Jair Bolsonaro, no Brasil
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu uma entrevista ao jornal El Pais–>, onde assumiu que não guarda rancor pelo tempo em que esteve preso entre abril de 2018 e novembro de 2019, pelas acusações de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato. Contudo, diz que quer que seja feita justiça e quer anular as condenações a que foi sujeito, bem como recuperar os seus direitos políticos.
Lula reforçou várias vezes que já provou a sua “inocência” e que quer agora provar que o juiz Sergio Moro “é um mentiroso, que não foi juiz, e que inventou uma sentença”.
“Sou inocente e quero provar que o que fizeram comigo foi uma tremenda maldade”, diz, acrescentando: “Não guardo rancor, o que tenho é sede de justiça. O que eu quero é que a justiça diga que sou inocente e que Bolsonaro é um lacaio”.
Lula da Silva lamentou ainda a forma como a extrema-direita está crescendo, nomeadamente com Donald Trump, nos EUA, e Jair Bolsonaro, no Brasil. E considera mesmo inacreditável “que a maior economia do mundo seja governada por mentiras”.
“Vi um discurso de Trump em que chamava comunistas a [Hillary] Clinton e a Obama. Imagino as voltas que Marx e Lenin estavam dando no túmulo, porque isso é de uma grande ignorância. Não tem pé nem cabeça”, ressaltou, referindo que quando não existem argumentos, ganha-se eleições arranjando inimigos.
Nesse âmbito, e sobre o debate entre Donald Trump e Joe Biden, Lula da Silva diz que parecia uma discussão da “pré-escola” e considera que, na política, “precisamos recuperar o humanismo”.
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