Filha de padre, ex-secretária de Tião Viana diz que celibato é uma “hipocrisia” da Igreja Católica

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Mariana e seu pai, o padre que preferiu seguir o celibato ao invés de formar uma família/Foto: Arquivo pessoal

A jornalista Mariama Morena, ex-secretária de Comunicação do Estado do Acre na gestão do petista Tião Viana, usou as redes sociais nesta segunda-feira (26) para fazer um desabafo sobre o celibato dos padres da Igreja Católica.

Mariama fez uma espécie de revelação para a maioria dos seu seguidores ao publicar que é filha de um padre e que por muito tempo não comentou publicamente sobre o assunto. Ela se posicionou contra o celibato sacerdotal e chegou a classificar a medida da Igreja Católica como “hipocrisia”.

“Como filha de padre, que viu o pai ter que escolher entre a batina e a possibilidade de construir uma família (e ele preferiu a igreja, vivendo como padre até os últimos dias de sua vida), eu vejo o celibato como uma grande hipocrisia que persiste na igreja católica”, disse a jornalista.

Morena fez a publicação três dias após o Papa Francisco dar uma declaração sobre a união civil de casais do mesmo sexo, onde alegou que a Igreja Católica precisa aceitar que os gays também podem formar uma família cristã. A jornalista disse que espera que o tema celibato também seja discutido dentro da igreja.

Confira abaixo a publicação de Mariama Morena:

“Acho fantástico o papa Francisco defender a união civil de casais do mesmo sexo. Mas eu queria ouvir dele que os padres também merecem esse direito. Como filha de padre, que viu o pai ter que escolher entre a batina e a possibilidade de construir uma família (e ele preferiu a igreja, vivendo como padre até os últimos dias de sua vida), eu vejo o celibato como uma grande hipocrisia que persiste na igreja católica. Nunca falei publicamente desse assunto. Mas a gente precisa falar sobre isso. Tenho certeza que não sou a única. E eu sei que pesou para o meu pai o fato de que reconhecer uma filha, assumir um romance significaria o fim de sua vida dedicada à igreja. Tive o reconhecimento de paternidade tardio, depois de uma ação judicial. Na época, o pedido foi manter a história em sigilo. Sem escândalos. E assim eu fiz, na esperança de um dia ser acolhida. Mas o sobrenome não supriu a ausência. Meu pai morreu sem me dar um abraço. Quantos órfãos do celibato temos pelo mundo? Até quando a igreja vai negar a natureza de um homem e de uma mulher para preservar seu patrimônio? Precisamos falar sobre isso”.

 

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