Trio é condenado a 80 anos de prisão pela morte de jovem decapitado no Acre

Corpo de Raimundo do Nascimento não foi encontrado. Júri ocorreu nessa segunda-feira (14) em Rio Branco e defesa do trio entrou com recurso pedindo outro julgamento.

Três pessoas foram condenadas pela morte de Raimundo Lacerda do Nascimento. Juntas, as penas chegam a 80 anos de prisão em regime fechado.

O rapaz apareceu em um vídeo sendo decapitado no mês de maio do ano passado, em Rio Branco, mas o corpo nunca foi encontrado.

O júri popular, que durou cerca de 11 horas, ocorreu nessa segunda-feira (14) na 1ª Vara do Júri. Entre os condenados estão Arlys Almeida, Adriana Silveira e Emerson Saraiva. A informação foi confirmada pelo advogado dos três, Giliard Souza.

Cada um dos réus foi condenado a 26 anos e 8 meses. A defesa informou que já entrou com recurso pedindo que seja realizado um outro julgamento.

“Dividido, o conselho de sentença entendeu por condenar os três. A defesa já recorreu da decisão em plenária, por entender que a decisão é manifestamente contrária à prova dos autos. Isso porque há muita contradição nos depoimentos. O crime foi bárbaro, sem dúvida. Ocorre que para condenar alguém é necessário que se tenha prova clara sobre a autoria e é essa prova que não tem nos autos”, disse o advogado.

 

Os bombeiros do Acre chegaram a fazer buscas pelo corpo no Rio Acre, na época. Após 30 horas de atividades de mergulho, os bombeiros suspenderam os trabalhos de buscas, que continuaram através das investigações.

O inquérito foi concluído e remetido à Justiça em julho do ano passado. Arlys Almeida e Adriana Silveira e dois adolescentes foram indiciados por homicídio com várias qualificadoras, entre elas motivo torpe e fútil, meio cruel, entre outras.

Na época da prisão, Emerson Saraiva também foi levado suspeito de envolvimento no crime. Porém, ele não foi indiciado pela morte. A polícia não confirmou se Saraiva teve mesmo envolvimento no crime.

Esse é outro ponto citado pela defesa. “O Emerson sequer foi indiciado pela polícia. Então, a gente entende que o clamor social acaba que influenciando os jurados. Um julgamento, para que ele seja idôneo, é preciso se julgar com provas concretas e a gente entende que não houve essa prova. Razão pela qual recorremos da sentença ao Tribunal de Justiça com a intenção de que sejam submetidos a um novo julgamento”, afirmou Souza.

Corpo esquartejado

O delegado responsável pelas investigações, Martin Hessel, informou na época da conclusão do inquérito que o corpo de Nascimento pode ter sido esquartejado antes de ser jogado no rio, por isso a dificuldade para encontrar.

“Pelo que vi, como eles fizeram é muito difícil encontrar. É tanto que os bombeiros fizeram todo perímetro do local, onde possivelmente tenha sido jogado e nada. Não conseguiram encontrar nada, mesmo utilizando todas as técnicas”, destacou.

Motivação

A divulgação do vídeo mobilizou as forças de Segurança em Rio Branco. As imagens do homem sendo degolado de forma brutal foram gravadas no Segundo Distrito da capital acreana e acabaram viralizando.

Segundo a polícia, as investigações apontam que os criminosos acreditavam que Raimundo do Nascimento pertencia a uma facção criminosa rival. Ele foi atraído, segundo as investigações, para o local do crime por Adriana Silveira.

G1