Gladson apoia chapa formada por ex-comunistas e dividirá palanque com desafetos de Orleir Cameli

O apoio declarado do governador Gladson Cameli à chapa formada por Zequinha Lima (PP) e Henrique Afonso (PSD), ambos ex-quadros do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), arquirrival do grupo do atual governador, poderá colocar Gladson no mesmo palanque que o ex-governador Jorge Viana (PT) e Edvaldo Magalhães, sendo que tanto PT de Jorge Viana quanto o PCdoB de Edvaldo Magalhães já declararam apoio à chapa progressista mais falsificada que já se viu, já que no âmago ela é completamente comunista.

Será algo inusitado ver em uma mesma fotografia Gladson Cameli, ladeado, como dizem as colunistas sociais, por Jorge Viana, o principal detrator da família Cameli, e Edvaldo Magalhães, o símbolo do comunismo no Acre. Quem deve coordenar os bastidores da foto e cuidar para que o topete de Cameli não desabe será ninguém menos que o também filhote do comunismo e ex-líder do governo Tião Viana, Moisés Diniz. É um quadro dantesco e uma lição para os que brigaram pela “direita” no Acre, para os que brigaram pela alternância de poder.

O que é mais estranho é ver Gladson Cameli pisar na memória do tio dele, Orleir Cameli, que enfrentou o inferno na terra lá pelos idos de 95 ao ser acusado por lideranças do PT e PCdoB de ser, entre outras coisas, narcotraficante e usar CPFs falsos. Realmente a memória é algo curto em política.

A oficialização do apoio de Cameli aos ex-comunistas Zequinha e Henrique Afonso mostra que a única alternância que haverá será a de que lado cada um fica na foto. Nada mais que isso. Estarão todos juntos.

Do outro lado, em outro palanque, estará o MDB de Vagner Sales, Flaviano Melo e o PSDB que indicará Luiz Cunha, o Luiz da Associação Comercial, para ser vice de Fagner Sales, o candidato emedebista. Do lado oposto a Gladson Cameli estarão todos aqueles que foram fundamentais para a eleição de Cameli em 2018.

*Gina Menezes é jornalista, colunistas política e sócia-fundadora do jornal Folha do Acre