Dia do Biólogo: professora leva a série CSI para a sala de aula em escola do Acre

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Na foto, a professora Tamayra Hanan, de rosa, com suas alunas durante uma das aulas do projeto.

Formada pelo STEM Brasil, docente de escola pública do Acre usa investigação criminal para ensinar biologia aos alunos

Por Tadeu Rover

Estamos em Tarauacá, no Acre, onde um terreno foi isolado após a descoberta de uma ossada humana enterrada. Um crime brutal, que precisa ser elucidado com a ajuda de peritos e dos responsáveis pela investigação: alunos da Escola Estadual Djalma da Cunha Batista. Sim, você leu certo: a polícia não irá interferir neste caso. Pois, o que parece a cena de um assassinato é, na verdade, uma aula. Inspirada na famosa série “CSI”, a professora Tamayra Hanan decidiu levar a investigação criminal para dentro do colégio. E, neste Dia do Biólogo (03/09), vira história com seus estudantes do terceiro ano do Ensino Médio, mostrando que é possível ir muito além das aulas tradicionais para ensinar a matéria.

“Busquei criar, neste projeto, algo que pudesse associar a biologia aos sonhos dos alunos. Algo que eles pudessem aplicar aos seus projetos de vida”, conta a docente, que recebeu formação do STEM Brasil, da ONG Educando. A iniciativa, que durou seis meses, vai ao encontro da proposta do programa, que enfatiza a prática para dar vida ao currículo obrigatório de ciências e matemática.

Além da biologia, a matéria eletiva criada por Tamayra envolveu, também, química, física e matemática, e foi dividida em dois momentos: no primeiro, mais teórico, mas nem por isso menos atrativo, a professora convidou profissionais que atuam na área para falar com os alunos, tais como advogados e uma dentista, que ensinou como a odontologia pode auxiliar na resolução de crimes: por exemplo, identificando marcas de mordidas. Em um segundo momento, os estudantes uniram a teoria à prática, simulando cenas de crimes e usando o conhecimento adquirido e equipamentos como luvas, máscaras, lupa e máquinas fotográficas para registrar as “provas” e solucionar os casos, como verdadeiros peritos.

Em uma das cenas montadas ao longo do curso, eles tiveram que usar álgebra e proporcionalidade para descobrir o tamanho do sapato do autor do crime. Já a química foi usada para revelar, usando o vapor do iodo, as impressões digitais deixadas no local, permitindo que os alunos colocassem em prática o que aprenderam sobre reações de oxidação.

Na biologia, foi trabalhado genética, biologia molecular, paleontologia e o corpo humano. Neste último, os estudantes fizeram uma autópsia fictícia em um boneco, onde investigaram a causa mortis da vítima. Do lado externo da escola, onde havia mais uma cena de crime isolada por fitas e munidos de pás e pinceis, eles tiveram que usar a arqueologia forense para desenterrar, com cuidado, a réplica de um esqueleto encontrado e solucionar o crime com a análise da arcada dentária.

Conhecimento ampliado

Alunos que participaram do projeto elogiaram a iniciativa, afirmando que a matéria ampliou o conhecimento. “A professora trouxe a diversidade do mercado de trabalho em uma só matéria eletiva, unindo medicina, química, investigação e o mundo forense. Coisa que os alunos tinham pouco contato até então”, afirma Gabriela Mesquita, 17 anos.

Já Saula de Paiva, também terceiranista de 17, conta que a iniciativa abriu os olhos de alguns para novas possibilidades. Para outros, reforçou e incentivou um sonho: “A matéria me ajudou muito, não a mudar meu projeto de vida, mas para ter certeza do que eu quero”, conta.

Diretor do STEM Brasil, o professor Marcos Paim, explica que a formação permite ao docente não apenas aplicar a metodologia desenvolvida, como também a troca de experiências com outros profissionais. “Com isso, ganha o aluno, que consegue conectar o que se aprende na escola ao mundo real”, conclui.st Intercâmbio Cultural e Turismo inaugurou mais duas franquias da rede, chegando no estado do Paraná, na cidade de Curitiba, e também no ABC Paulista, em São Caetano do Sul. As novas lojas fazem parte do plano de expansão da marca, que conta com nove unidades e pretende chegar a 14 ate o final do ano. Especializada em levar pessoas para vários destinos do mundo, seja para estudar, trabalhar ou se divertir, a Trust espera seguir o ritmo de crescimento apresentado nos últimos anos, mesmo durante a crise que afetou o país.

Sobre o STEM Brasil

O STEM Brasil começou em Pernambuco, em 2009, e já formou 6.533 professores em 768 escolas de 17 estados brasileiros, alcançando um impacto positivo em mais de meio milhão de alunos (575 mil). O sucesso levou o programa a ser adaptado para o currículo mexicano, e o STEM México foi implantado no país no ano passado. Segundo levantamento da consultoria internacional ManpowerGroup, engenheiros e profissionais de TI são cargos em que há grande carência de mão de obra em ambos os países.

O programa oferece aos professores formação exclusiva, seguindo uma metodologia própria, que enfatiza a mão na massa para dar vida ao currículo obrigatório de ciências e matemática dos estados brasileiros. As técnicas de ensino são baseadas em atividades práticas e facilitam o aprendizado de conceitos teóricos. A formação envolve quatro áreas: física, química, biologia e matemática. Cada professor passa por 180 horas de formação distribuídas ao longo de dois anos. “O objetivo do STEM Brasil é incentivar o professor a despertar a sua paixão nos alunos”, afirma Kelly Maurice, diretora executiva da Educando.

Sobre a Educando

Inspirando Professores > Criando Líderes > Transformando Vidas

Fundada em Nova York em 2002 como World Development and Education Fund (Worldfund), a organização não-governamental passou a se chamar Educando em junho de 2018. Desde o início, trabalha em parceria com governos locais para trazer investimentos de empresas privadas para projetos educacionais na América Latina. Em 16 anos, a instituição já capacitou mais de 13,6 mil educadores de 11,5 mil escolas no Brasil e no México, com impacto em quase 5,6 milhões de estudantes.

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