‘Trabalho com direito do homem, por isso preciso de profissionais que entendam sobre o assunto. Se a pessoa for pender para outro lado, já não vai poder atender os tipos de clientes que meu escritório atende’, afirmou Jamily Wenceslau.
Advogada que atua na área do direito de família e direito do homem, Jamily Wenceslau, de 30 anos, recebeu críticas após exigir o que chamou de “requisito fundamental” dos candidatos a uma vaga de emprego no escritório em Rio Branco: “não ser feminista”. Ela diz ter recebido ameaças após a divulgação do anúncio (veja acima).
O post diz que o interessado na vaga deve ser eficiente (a palavra foi grafada equivocadamente com acento circunflexo), proativo, ter “capacidade de gestão processual” e “saber lidar com todos os tipos de clientes”.
Cita ainda que é recomendável ter conhecimento ou desejo de atuar nas áreas de direito eleitoral, direito de família e sucessões, direito do homem e direito extrajudicial.
Sobre a exigência “não ser feminista”, Jamily afirmou:
“Eu trabalho com direito do homem, por isso preciso de profissionais que entendam sobre o assunto. Então, coloquei esse pré-requisito no processo de seleção. O cuidado realmente é que a pessoa que vai trabalhar no escritório tenha conhecimento e possa respeitar qualquer tipo de cliente. Se a pessoa for pender para outro lado, já não vai poder atender os tipos de clientes que meu escritório atende”.
Jamily conta que uma outra advogada entrou em contato em seu escritório e fez uma série de ameaças em uma ligação que durou mais de quatro minutos. A mulher chegou a dizer que iria divulgar a imagem e contato de Jamily em grupos de feministas para que também ligassem para ela.
Por conta das ligações, a advogada conta que registrou três boletins de ocorrência pelos crimes de ameaça, extorsão e injúria. Jamily diz ainda que recebeu 54 currículos – somente um era de homem.
“Eu defendo o direito do homem, mas nunca vi homem fazendo essas coisas. Nós, como mulheres, temos que nos dar valor, e é isso que eu prego. Sou mulher empoderada e prego isso. Agora, o que não posso pregar é a questão do feminismo extremo. Sou mulher, mãe, esposa e filha e luto pelos direitos das mulheres, mas não luto pelo direito que vai derrubar o direito do próximo”, afirma.
G1