Polícia prende acusados de matar travesti a pauladas por causa de celular, em Rio Branco

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) acompanhou, nesta segunda-feira (3), a prisão preventiva de duas pessoas acusadas pela morte da jovem Fernanda Machado da Silva, encontrada agonizando no fim de junho, no bairro Preventório, em Rio Branco.

Desde o início da investigação, sob o comando do delegado Cristiano Bastos, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, o MP acreano vem acompanhando o caso através do promotor de Justiça Ildon Maximiano Peres Neto e prestando apoio aos familiares da vítima, através do Centro de Atendimento à Vítima (CAV).

Após coleta de depoimentos, quatro homens foram apontados por envolvimento no crime, sendo um adolescente. Nesta segunda-feira, no bairro Ivete Vargas, dois deles foram presos e houve ainda prisão em flagrante de uma pessoa por tráfico de drogas.

Ambos já foram encaminhados para o presídio e, dos três identificados, apenas um deles negou ter participação no assassinato.

Segundo o delegado, os acusados alegam que as agressões, com uso de ripas e paus, que causaram a morte de Fernanda foram motivadas por furto de um celular durante programa sexual, em que os suspeitos presos foram contratados para recuperar o aparelho.

Para a coordenadora do CAV, procuradora de Justiça Patrícia Rêgo, ainda que exista tal alegação, não restam dúvidas de que o motivo do crime foi transfobia. “Embora seja alegado furto de celular, a transfobia restou presente, com requintes de crueldade”, afirmou.

O promotor Ildon Maximiano Peres Neto diz que a prática do crime representou desprezo dos agentes pela vítima. “A torpeza decorre tanto da realização do homicídio, mediante o interesse de pagamento e exercício de atividades próprias de facções criminosas, como pela evidente ação de desprezo dos indiciados em relação à vítima, por ser travesti.”

Ascom MPE

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