O diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, afirmou hoje em entrevista à Jovem Pan que a estimativa é que, com as duas doses, a vacina CoronaVac, desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, poderá trazer imunidade superior a 97% contra o coronavírus.
Caso a vacina se comprove segura, é possível que o estado de São Paulo tenha 45 milhões de doses ainda este ano, segundo afirmou hoje o governador João Doria (PSDB), em coletiva.
“Essa vacina [Sinovac e Butantan] já é aplicada em duas doses, com diferença de 14 dias, para permitir uma maior produção de anticorpos. Com os testes a duração ainda será determinada. Se precisará de uma dose anual ou não ainda devemos aguardar, mas estudos mostram que a vacina é efetiva. Com duas doses poderemos ter proteção superior a 97%, e isso é fundamental para quebrar a cadeia do transmissão do coronavírus”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã.
À rádio, Covas ainda declarou que está confiante com a eficácia da tecnologia contra a covid-19, que está na fase final de testes e ainda precisará da aprovação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“Estamos trabalhando intensamente para que a vacina chegue o mais rápido possível. Existem aspectos regulatórios que dependem dos testes clínicos, mas sou muito otimista, tendo a eficácia demonstrada, a nossa Anvisa dará uma prioridade [para o registro], porque essa vacina pode interferir na evolução da pandemia”, explica.
O diretor do Instituto Butantan ainda lembrou que, caso a CoronaVac funcione, o Brasil poderá o ser o primeiro país a ter aplicação em larga escala. Ele ainda contou que a vacinação será determinada pelos critérios do Ministério da Saúde.
“No primeiro momento, o ideal seria vacinar pessoas que não tiveram a covid-19, assim como profissionais da saúde e segurança pública, idosos e pessoas com comorbidades. Ainda não se trabalha com a hipótese de imunidade de rebanho, no Brasil, sem a vacina. Daí a importância de continuar a quarentena, porque são essas medidas que vão segurar a pandemia enquanto não tivermos uma vacina.”
UOL