6 maio 2024

Quarentena: Adriano Gonçalves escreve sobre as novas do isolamento socia.

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“Por incrível que pareça, nunca tivemos tanta possibilidade de estar perto”.

Quando abrir este texto, o que pode acontecer em qualquer dia deste julho apocalíptico – ou mesmo depois, você poderá estar triste. Quando digo triste – é importante lembrar – , eu naturalmente quero dizer o “novo triste”, o triste pós-corona, o triste 2020, o que não tem absolutamente nada a ver com o “triste de antigamente”, digamos assim.

Antes da pandemia da Covid-19,as palavras significavam o que elas significavam, Aurélio feelings. Agora, não. Agora, os dicionários, assim como cada um de nós, têm dentro de si outra camada, outro conteúdo, outra densidade, e todos nós, sem exceção, seremos obrigados a nos realfabetizar.

Quando abrir este texto, você poderá estar chorando. Ou não, você poderá estar ouvindo sua melhor playlist no Spotify — para mim, um verdadeiro ansiolítico — ou confiante, ou mesmo mergulhado em pessimismo. Eu, aqui da minha quarentena privilegiada de Rio Branco, não tenho como conhecer seu estado de espírito, como também não conheço seu estado civil e muito menos seu estado de saúde. No entanto, há uma coisa a seu respeito que eu sei, e é sobre isso que me arrisco aqui: você está em casa. Seus amigos, se não forem médicos ou frentistas ou enfermeiros ou farmacêuticos ou entregadores, também estão em casa, assim como afetos e desafetos.

A não ser que façam parte do front hospital / supermercados / farmácia, estão, ou deveriam estar, em casa – e agora me aproximo de algum encaixe. A casa, a sua casa. A casa que você chama de sua, muito provavelmente possa ser um apartamento. Um apartamento, como o próprio nome já diz — o termo vem do italiano -, significa “deixar de lado, apartar, separar”.

Estamos em casa, leitor. Cada um na sua. Nunca estivemos tão longe uns dos outros, tão apartados, tão separados, e, por incrível que pareça, nunca tivemos tanta possibilidade de estar perto.

O tempo mudou de tempo, e o novo tempo é de não deixar nada para amanhã. A Covid-19 é cruel, democrática, e vai levar muitos de nós. Pedir perdão, perdoar, ter coragem de amar de verdade: mais do que limpar armários, maratonar séries na Netflix e ler bons livros. É chegada a hora de retornar mensagens e fazer declarações sinceras, mesmo que sejam duras.

A vida, mais do que nunca, perdeu a garantia, o único sentido – o único, leitor – é ser tão grande quanto se pode ser. Você está em casa, mas as suas palavras ainda podem ir a qualquer lugar. Como diz meu mentor, Agostinho Gonçalves; “seja grande”.

Abraços
Deus nos abençoe sempre

ADRIANO GONÇALVES
Coach Ministerial – Personal Coaching

(Academy of Business and Coaching) Associado IAC –International Association of Coaching.

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