A Federação do Comércio Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC) divulgou o resultado de uma pesquisa em que os empresários de Rio Branco avaliaram alternativas para manutenção do comércio durante a pandemia do novo coronavírus.
Foram ouvidos 66 comerciantes no período de 23 a 30 de junho. A estimativa é do Sistema Fecomércio Sesc-Senac, por meio do Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Acre (Ifepac).
Para 20% dos empresários, o investimento em plataformas para vendas à distância se apresenta como a alternativa mais viável durante a pandemia. De acordo com o levantamento, para 31% dos entrevistados o uso do WhatsApp como ferramenta para transações comerciais deve ser intensificado nas atividades de compra e venda em suas empresas.
Também 31% apostam no uso da tecnologia para alcançar o máximo de clientes do mercado local. Ainda sobre os serviços de adequação comercial, 19% dos empresários disseram estudar formas de adaptação de horário comercial para melhor atendimento ao cliente local.
A pesquisa mostrou ainda que 15% dos empresários têm receio de não alcançar o faturamento adequado no segundo semestre.
Como medida de combate ao avanço do novo coronavírus no estado, o governo suspendeu as atividades não essenciais, incluindo o funcionamento normal do comércio, desde o dia 20 de março. De lá para cá, foram feitas algumas flexibilizações, como a autorização para atendimento por meio de delivery e drive thur.
Nível de vendas no 1º semestre
Apesar dos órgãos responsáveis pelo comércio baterem na tecla de que as medidas adotadas pelo governo trouxeram perdas milionárias para o mercado no Acre, 11% dos entrevistados afirmaram que alcançaram bom nível de vendas no primeiro semestre desse ano.
Outros 43% avaliaram níveis de vendas regular no primeiro semestre, 34% que classificaram como ruim e, por fim, 12% avaliaram como péssimo o nível de vendas.
Com relação às ameaças para o funcionamento do comércio local, 47% dos empresários de Rio Branco acreditam que a maior ameaça seja o aumento descontrolado das pessoas infectadas com a Covid-19.
Para outros 37%, a falta de crédito especial para o comércio nesse tempo de pandemia representa grande ameaça para os negócios de compra e venda num mercado em crise. O desemprego também é a preocupação para 14% dos empresários entrevistados.
Acreditavam que haveria flexibilização
O assessor técnico da Fecomércio, Egídio Garó explicou que a entrevista com os empresários foi feita antes do governo apresentar os critérios para os setores voltarem a funcionar conforme cada nível de risco. Por isso, 43% dos entrevistados afirmou acreditar na retomada das atividades.
“O empresário vinha com uma expectativa de que haveria algum decreto específico flexibilizando as atividades. Mas, na verdade, o que aconteceu com esse novo decreto que cria os graus de risco é que restringiu ainda mais. Essa expectativa que se tinha é porque todos os decretos, de uma forma ou de outra, flexibilizaram algum tipo de atividade”, afirmou Garó.
Sobre as empresas que disseram ter alcançaram bom nível de vendas no primeiro semestre desse ano, o assessor afirmou que, mesmo assim, esses empresários tiveram queda considerável no faturamento.
“Na verdade, a receita deles foi 30% baseado no movimento que eles teriam anteriormente. Então, houve uma redução de 70% na receita de vendas dele, mas foi melhor do que nada, melhor do que no início. A gente vê muita empresa com sistema de delivery e isso acabou melhorando a situação em poucos setores, não foi de todos”, disse o assessor.
G1