O que se levou 20 anos para conquistar pode durar apenas 4 anos. A outros tempos, a atrapalhada oposição continua atrapalhada agora também como governo e poderá comprometer a reeleição do governador Gladson Cameli e o projeto político do grupo, se é que possuem um.
O áudio do presidente do Partido Progressista (PP) escrachando o correligionário e governador Gladson Cameli não é apenas vergonhoso, é auto destrutivo. É a prova de que o grupo que lutou 20 anos para chegar ao poder se dissolveu em 2 e poderá acabar em 4, comprometendo a reeleição de Cameli. O grupo não soube a diferença de coalizão para fisiologismo barato, oportunista e chantagista. O grupo se autodestruiu, deixando o governador isolado.
A sede de 20 anos estava tão grande que estão quebrando o pote. Não há cautela alguma. O fisiologismo foi confundido com coalizão. Os líderes partidários que apoiaram a eleição do governador Gladson Cameli parecem estar interessados mais em usar o governo para fins privados do que em construir projetos a longo prazo. É o desespero correndo contra o bom senso e a inteligência.
A princípio, não há nada de errado em colocar um partido para governar junto. O problema surge quando os critérios para a distribuição de cargos passa a largo de um projeto pragmático.
O grupo que não acata a liderança de Gladson Cameli é o mesmo que se valeu dele para chegar ao poder. Os mesmos que o acusam de “Peter Pan” e “riquinho” se valeram da popularidade dele para deixar para trás 20 anos de ostracismo.
Os que hoje o chamam de vazio são os que se esconderam atrás dele depois das derrotas de Márcio Bittar ao governo, as ‘trocentas’ derrotas de Bocalom, a derrota de Petecão para Prefeitura de Rio Branco, e por aí em diante. Os que nunca conseguiram se eleger nas urnas e usaram Gladson para chegar ao poder são os mesmos que se arrogam de grandes líderes e tentam tirar dele a legitimidade de governador.
*Gina Menezes é jornalista, colunista política e sócia-fundadora do jornal Folha do Acre