O delegado geral de Polícia Civil, José Henrique Maciel, é acusado de prática de ‘rachadinha’, por meio da qual se apossaria de metade do salário de pessoas que não fazem parte do quadro da corporação. A denúncia foi feita em fevereiro deste ano ao Ministério Público do Acre (MPAC), mas só agora a imprensa teve acesso ao documento que expõe, ainda, suposta prática de nepotismo cruzado no órgão. Maciel nega a acusação.
De acordo com a denúncia feita à promotora de Justiça Myrna Teixeira Mendoza, pelo menos dois servidores dividem os salários com o delegado. Odion de Oliveira Monte e José Raimundo Sampaio de Melo são apontados como participantes do esquema de ‘rachadinha’. Eles teriam sido lotados na Delegacia Geral logo depois da nomeação de Henrique Maciel com o único objetivo de ‘rachar’ os proventos com o superior hierárquico. Suspeita-se, porém, que outros servidores teriam sido obrigados a se submeter à prática.
O terceiro caso citado foi de uma servidora aposentada, que retornou à ativa com função gratificada (FG).
Ainda segundo o denunciante, os valores provenientes da ‘rachadinha’ seriam depositados na conta bancária da esposa do delegado. E que o caso, ao chegar ao conhecimento de uma segunda delegada de polícia, resultou em seu pedido de afastamento da assessoria de Henrique Maciel.
As declarações do policial civil ao Ministério Público relatam também a suposta prática de nepotismo cruzado. Através dela, outro delegado, também lotado na Delegacia Geral de Polícia Civil, teria conseguido empregar a enteada na Fundação Hospitalar, em troca da nomeação da esposa do então presidente da Fundhacre na primeira.
O outro lado
Consultado pela reportagem, José Henrique Maciel afirmou desconhecer o teor da denúncia, alegando não ter sido notificado pelo Ministério Público. Ele classificou o caso de ‘absurdo’ e ‘sem qualquer fundamento’.
“Estamos falando de uma delegacia de combate à corrupção e seria inadmissível que a corrupção estivesse aqui dentro”, argumentou.
Ele disse ainda que as disputas por espaços dentro da corporação acabam por descambar nesse tipo de evento. Como exemplo citou o caso de um policial civil que após ter sua lotação funcional modificada, formulou denúncia semelhante, encaminhada à Corregedoria da Polícia Civil a pedido do próprio Henrique Maciel.
“Não devo nada. E jamais pratiquei esse tipo de coisa”, sustentou.
Ele afirmou ainda haver servidores na corporação que tentam ‘desestabilizar o trabalho da Polícia Civil no Acre’.
O Acre Agora