O Ministério da Saúde mudou a estratégia do combate ao novo coronavírus: ao invés do paciente com suspeita aguardar em casa a manifestação mais presente dos sintomas, a orientação agora é para que a pessoa procure atendimento médico tão logo os sinais da covid-19 sejam percebidos.
A ideia é evitar que pacientes sejam atendidos já com casos mais graves. Segundo Elcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde, há estrutura suficiente para atender à demanda.
“As unidades estão preparadas. Foram criados os centros de triagem, os centros comunitários. Estamos pela atenção primária. Estamos financiando também o estabelecimento desses centros. Estamos reforçando toda a estrutura de atenção primária com médicos contratados pelo programa Mais Médicos. Tudo isso foi feito visando a oportunizar à população o atendimento precoce”, disse Franco.
“As evidências no Brasil e no mundo mostraram que, quando se busca o atendimento numa fase inicial da doença, a gente consegue evitar o agravamento. As evidências apresentam resultados consistentes nesse sentido. Por isso mudou a estratégia no ministério. Antes se dizia que o paciente, ao sentir sintoma leves, que permanecesse em casa. Só que a velocidade de agravamento pode ser muito rápida, e o paciente pode chegar ao hospital para ir direto para a UTI e ser intubado”, acrescentou.
Para Franco, é importante que o paciente busque atendimento na atenção primária “para que possa ter esse atendimento” já nos primeiros sintomas, “evitando a sobrecarga das estruturas hospitalares, das unidades de terapia intensiva”.
Ainda de acordo com o secretário, a nova diretriz é fruto do aprendizado da pasta com todo o processo da pandemia do novo coronavírus. A meta, deixou claro, é abordar precocemente os casos para evitar o agravamento.
“Aprendemos ao longo da pandemia que, ao aguardar em casa, os pacientes chegam aos hospitais em quadros clínicos mais agravados, e que alguns casos dificultam a regressão de seu estado clinico”, argumentou. “O tratamento precoce, no entanto, tem uma resposta mais assertiva, evitando a piora do paciente, diminuindo a necessidade o uso de respiradores.”
UOL