Na segunda-feira (6), motorista foi feito refém por cerca de 3 horas. Grupo pede mais segurança.
Um grupo de motoristas de aplicativos se reuniu na manhã desta terça-feira (7) em frente ao Comando da Polícia Militar, em Rio Branco, exigindo mais segurança à categoria. De acordo com eles, pelo menos dois profissionais foram feitos reféns nos últimos dias por membros de facção que usam o carro para cometer crimes.
O último caso foi de um motorista que foi pego por quatro criminosos na noite de segunda-feira (6) após receber o chamado pelo aplicativo. O motorista foi colocado no bagageiro do carro enquanto o grupo, segundo ele, percorria a cidade em busca de matar membros de uma facção rival.
“Foi terrível, complicado, porque eu não sabia qual ia ser meu fim. Quando me abordaram disseram que queriam só o carro, que não iam mexer comigo e que queriam só o carro para fazer a missão, foram em diversos bairros para matar rivais e não encontraram. Foi duas ou três horas de terror”, conta o motorista, que prefere não se identificar.
Ele disse ainda que ao tentar assaltar um casal, os criminosos se depararam com uma viatura. Foi quando começou uma perseguição. A polícia atirou contra o carro e o motorista, que estava no porta-malas, acabou ferido.
“A polícia começou a efetuar disparos no pneu. Neste tiroteio fui atingido duas vezes. Foi sem querer, porque eles [policiais] não tinham como saber que eu estava no porta-malas. Entrei em desespero e achei que ia morrer. Eu tava dando de soco no vidro para ver se conseguia acenar. Até que teve uma batida e aí comecei a dizer que eu era refém e os policiais vieram com todo o apoio”, relembra a vítima.
A perseguição só parou no bairro Apolônio Sales, em Rio Branco, após o carro que os bandidos estavam bater no meio-fio. Três armas de fogo e o veículo usados no crime foram apreendidos e a quadrilha levada à Delegacia de Flagrantes.
O representante dos motoristas e um dos organizadores do protesto, Rodrigo Vale, disse que é necessário que a Segurança olhe essas ocorrências com mais cuidado e que reforce o policiamento em locais considerados mais perigosos.
“Queríamos que alguma posição fosse tomada devido aos últimos ocorridos, já é o segundo caso que tivemos em poucos dias. Estão sequestrando os motoristas de aplicativos para poder fazer os ‘corre’ com os motoristas presos no bagageiro. Nós sabemos que existem alguns pontos mais perigosos na cidade, sabemos que tem uma ação maior em alguns pontos, então gostaríamos que tivéssemos mais ações nesse locais, já tivemos reuniões, tivemos conversas, gostaríamos que tivesse uma efetivação de todo diálogo”, diz.
Ao ser questionado sobre o protesto no Jornal do Acre 1ª Edição, o comandante da PM, coronel Paulo Cesar da Silva, disse que não foi procurado pela categoria, mas se disponibilizou a ouvir as demandas dos motoristas.
“Podem montar uma comissão para conversar comigo. No caso dos motoristas de aplicativo é complicado porque, como a maioria não tem identificação, fica complicado para a PM. A gente faz nosso policiamento ostensivo, nossa rondas, mas, especificamente para os eles, teríamos que estudar uma forma que eles consigam informar pra gente de forma sigilosa qualquer alteração que esteja ocorrendo”.
G1