28 abril 2024

Após 2 meses, filha vê mãe que está na UTI com Covid à distância durante banho de sol no AC

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Alguns pacientes estáveis da UTI estão recebendo autorização para tomar banho de sol. O reencontro, mesmo à distância, foi cheio de emoção.

Após dois meses internada com Covid-19, a aposentada Damiana Tuanama de Souza, de 60 anos, teve um reencontro, mesmo à distância, emocionante com a filha Synd Dandara Souza, de 19 anos. As duas se viram através de uma grade na área externa do Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into), durante um banho de sol que Damiana teve autorização para tomar, no início desta semana.

“Não pode ter visita porque ela está na UTI, então a assistência social passa o boletim todos os dias. A gente recebeu a ligação que ela ia sair para o banho de sol e foi a primeira vez, depois de dois meses, que nos vimos. Foi uma dose de adrenalina e emoção, porque sou a única que mora com ela e esse foi o maior tempo da minha vida que fiquei sem ver a minha mãe”, contou Synd.

Damiana está com uso de ventilação mecânica e também passou por uma traqueostomia e respira com ajuda de aparelhos, mas está consciente e recebeu permissão para ficar por alguns minutos na área externa do hospital que fica próximo a UTI, segundo contou a gerente de assistência do Into, Fernando Rebouças.

O encontro foi promovido pela equipe do hospital que tem tentado amenizar a solidão dos pacientes. Para isso é feita uma avaliação e os pacientes que têm condições podem sair para receber o banho de sol e até a visita à distância.

“Quando cheguei lá, para mim, só tinha ela na minha frente. Não vi mais ninguém”, contou Synd ao relatar a emoção, tanto dela quanto da mãe, de estarem juntas, mesmo sem abraços e afagos. A jovem esteve no local acompanhada de uma cunhada e as duas usavam máscaras.

Synd disse ainda que conversou com a mãe, mesmo que a aposentada tenha falado pouco devido a traqueostomia que precisou fazer por estar com os pulmões debilitados.

“Ela não falou muito por causa da traqueostomia, também estava nervosa e chorando. Minha mãe é muito forte e raramente ficava doente, mas acredito que ela vai sair dessa. Mas, percebi que, ao me ver ela sentiu esperança. E eles disseram [equipe do hospital] que depois que ela me viu, junto com minha cunhada, ficou mais alegre”, relembrou.

A trégua no distanciamento entre mãe e filha ocorreu por alguns minutos, mas, para elas valeu a pena cada segundo e Synd não vê a hora de a distância encerrar de forma definitiva com a alta hospitalar de Damiana.

G1

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