A empresária Denise Borges, dona da Maison Borges e do restaurante Pão de Queijo, em Rio Branco, resolveu soltar o verbo quanto ao decreto que prorroga o isolamento social até o dia 22 de junho no Acre. Para ela, a crise está insustentável e pode resultar em demissão em massa de trabalhadores.
Borges relata que há 36 anos suas empresas vêm contribuindo com o comércio local, inovando e empregando e pagando impostos para o Estado e para o governo federal.
“Acabaram de renovar o decreto e lá vamos nós para quase 4 meses fechados. Tentei não demitir ninguém. Me agarrei na hipótese de que iria passar. Sinceramente agora me arrependo”, diz.
A empresária criticou o usou de delivery para vendas que não vem resolvendo a situação das empresas locais.
“Uma empresa grande com muitos encargos e compromissos não se mantém com delivery. Falo isto por nós e por todos do nosso ramo”.
Ela usou seu Facebook para rebater as palavras de uma política que sugeriu que o empresáriado se reinventasse.
“Passamos noites e dias tentando nos reinventar. Falar é fácil. Difícil mesmo é se colocar no lugar do outro. Não tem testagem, não tem remédio, são poucos médicos e enfermeiros, não tem UTI e quem paga a conta são empresários pequenos, médios e grandes”, contou.
Denise disse ainda que os alguns empresários são os responsáveis pela disseminação do Covid. Ela destacou que a maioria do ramo não cumpre a quarentena.
“Governo não fiscaliza. Quase todos abertos e poucos fechados. De que adiantou isto? E não venham aqui me xingar e dizer que só penso em dinheiro e que quero matar meus colaboradores porque nada que vocês falarem é real. As medidas tomadas foram de total desigualdade”.
Borges encerrou afirmando que o cenário atual pode resultar em desemprego em massa no Acre.
“Ninguém tem noção do que é ficar desempregado. É isto que está acontecendo. Desemprego em massa. É o cenário atual. Enquanto tiver recebendo seguro desemprego e auxílio emergencial tudo estará bem. Quero ver quando acabar isto.
A empresária pede uma data oficial de reabertura do comércio por parte do governo. “A única coisa que queríamos é que houvesse uma data, uma resposta, um apoio. Mas nada!!! Nem uma reuniãozinha com empresários foi concedida. Definitivamente não valemos nada. Agora cada um por si e Deus por todos”, diz ela indignada.