Sesacre desmarca reunião em que Sindmed apresentaria problemas graves detectados em unidades do interior

Os gestores da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) cancelaram a videoconferência em que os diretores do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) pretendiam apresentar as falhas graves detectadas nos hospitais do interior que podem comprometer a saúde dos profissionais e da população. Os sindicalistas prometem oficializar o governo do Estado e o Ministério Público do Estado para cobrar fiscalização dos problemas.

Dentre as irregularidades está o controle rígido para o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), gerando burocracia que impede o acesso aos itens básicos de proteção contra o coronavírus (Covid-19).

Segundo os profissionais, uma determinação encaminhada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) alega que os EPIs devem ser utilizados apenas em casos em que a pessoa apresente os sintomas da Covid-19. A norma pode ocasionar ampliação da quantidade de profissionais de saúde infectados, pois apenas durante a consulta é possível identificar os sintomas.

Os filiados também relataram a falta de médicos suficientes para fechar as escalas, a falta de medicamentos e problemas no fluxo de pacientes. Existem casos em que apenas um médico fica de plantão para atender os casos de coronavírus, partos e demais intercorrências.

“Vamos cobrar a resolução de todos os problemas, pois nos preocupa a falta de estrutura e de retaguarda suficiente para garantir o atendimento da população. Pedimos para os médicos continuarem denunciando os problemas”, apontou o presidente do Sindmed-AC, Murilo Batista.

O sindicalista alertou que as regras adotadas para a oferta de EPIs podem gerar mortes e a completa paralisação do serviço de saúde pela falta de médicos no interior caso todos sejam infectados pela Covid-19.

“Gostaríamos de apresentar os problemas e reivindicar uma resolução imediata para todas as situações encontradas, mas os gestores decidiram desmarcar a videoconferência, o que revoltou a própria classe que vem sofrendo pela completa falta de condições de exercer a medicina”, reclamou o presidente do Sindmed-AC.

A maior parte das queixas vindas do interior chegaram durante teleconferência realizada filiados e representantes sindicais de Brasileia, Feijó e Cruzeiro do Sul na noite de quarta-feira (06). O objetivo foi ouvir os problemas enfrentados pelos profissionais.

Assessoria