“Eu nunca ouvi sair da boca do Gladson a palavra cloroquina”, diz vereador

O vereador João Marcos Luz (MDB) afirmou durante sessão online da Câmara Municipal nesta terça-feira, 19 de maio, que espera uma posição do governador Gladson Cameli sobre a cloroquina. O emededebista defende o uso do medicamento para salvar vidas no combate ao novo coronavírus. Para ele, o Chefe do Poder Executivo do Acre deveria escutar o presidente Jair Messias Bolsonaro e se afastar das ideias do governador de São Paulo João Dória.

“Desde o início da crise até hoje, neste instante, eu, João Marcos Luz, nunca ouvi sair da boca do governador Gladson Cameli a palavra cloroquina. Logo o governador, que é o chefe maior, o que vem repetindo constantemente que ele é um salvador de vidas. Quero aqui parafrasear um colega de Porto Alegre: ‘É como se o governador falasse assim: fique em casa se você recebeu ou não o auxílio do Governo Federal. Eu não posso fazer nada se não recebeu, mas eu gosto de você. Se você morrer de fome, eu não posso fazer nada, mas eu gosto de você’. A cloroquina já é uma realidade e é quase uma unanimidade. Não vejo nenhum interesse do Governo de Estado em agir, de fato, para salvar vidas. O governador só fala em lei, respiradores e hospital de campanha, mas, o principal, que é o medicamento para as pessoas sobreviverem, não vejo o governador falar. Parece que a cloroquina é um medicamento só para os ricos. Se fizer uma pesquisa no Brasil, vocês vão ver que muitos dos ricos que se internaram em hospitais privados usaram a medicação. Os pobres não estão tendo direito. E por isso, governador Gladson Cameli, gostaria de ouvir de Vossa Excelência qual a sua percepção em relação a isso. Governador, pare de ouvir aquele pilantra do governador João Dória e ouça quem tem mandado dinheiro para o Acre”, frisou.

Luz também criticou o Decreto n° 316/2020, da Prefeitura de Rio Branco, que instituiu o rodízio de veículos na cidade. O vereador ainda pediu para a prefeita Socorro Neri se afastar do cargo, caso não tenha condições de trabalhar devido a possibilidade de ter contraído o vírus, para que os rio-branquenses não fiquem sem gestão municipal neste período de crise.

“A prefeitura, até hoje, não explicou qual estudo se embasou para trazer à cidade de Rio Branco o rodízio de veículos. Se copiaram São Paulo já deveria ter revogado porque São Paulo revogou justamente por não ter dado certo. Não esclareceram à população o porquê desta medida. O que está acontecendo? Privaram o direito de ir e vir do cidadão de Rio Branco. A minha maior preocupação é que esse vírus atingiu primeiro a classe ata, veio para a classe média e agora esse decreto leva o vírus para classe baixa porque vai chegar lá no Caladinho, vai chegar lá no Calafate, vai chegar lá no final do Vila Acre, vai chegar lá no Chico Mendes, pois quem anda de ônibus são as pessoas mais necessitadas, ou seja, as que não tem condições de ter um transporte individual. Não sei qual a razão de um decreto desse tipo no qual quem assinou defende que as pessoas não se aglomerem. Que contradição é essa? Como defende o isolamento social? Como é que diz que quer salvar vidas? Como é que fala em distanciamento e assina o decreto que vai claramente aglomerar pessoas? Quem é que consegue entender uma medida como essa e, o pior, sem se comunicar inclusive com as concessionárias do serviço público. Uma medida sem pé e nem cabeça, sem planejamento, apenas para dizer para sociedade que está fazendo alguma coisa. Era melhor dizer que não sabia o que fazer. E a prefeita Socorro Neri, se não pode trabalhar porque está cometida do coronavírus, se afaste porque Rio Branco não pode ficar sem gestor. Não deixe Rio Branco abandonado como está. Pergunto: aonde está a Prefeita? Se tiver ouvindo, faça uma reflexão e revogue este decreto porque ele vai trazer o vírus para os quatro cantos da cidade”, encerrou João Marcos Luz.

Assessoria