O epidemiologista Marcos Malveira, da Vigilância em Saúde do Acre, não arrisca uma previsão sobre um retorno à vida normal – tal qual a conhecíamos antes da pandemia do coronavírus. Trata-se de uma péssima notícia para aqueles que acreditavam que o problema seria resolvido em questão de meses.
“Enquanto não houver uma vacina, teremos de seguir as regras do isolamento social e continuar com as medidas de prevenção adotadas até o momento contra a proliferação da doença”, disse ele ao oacreagora.com nesta segunda-feira (25).
Ainda de acordo com Malveira, a estimativa para o advento de uma vacina contra a Covid-19 é de, no mínimo, 18 meses. Até lá, teremos de aprender a conviver com o vírus, conforme ressaltou.
De acordo com o último boletim da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), até esta segunda o Acre contabiliza 4.501 casos de coronavírus. As mortes saltaram de 92 para 97.
Avesso a fazer prognósticos, Malveira arrisca dizer que em setembro deste ano teremos o achatamento da curva de propagação da doença – que antes disso, portanto, chegará ao seu auge.
Será quando a chamada ‘taxa de reprodução’ da doença estará mais próxima de 1. Em fevereiro, quando foi registrado o primeiro caso no país, uma pessoa que contraísse o vírus o transmitia para outras 2,4 na média. Hoje, o número está em 1,7.
Isso não significa dizer, porém, que estaremos livres da doença. “Temos que aprender a conviver com as limitações da nova vida”, alerta o epidemiologista da Sesacre.
Sob a perspectiva de que o mundo não voltará a ser o mesmo de antes, mas impelido a retomar o seu curso natural, Malveira recomenda que os representantes da indústria, comércio e do setor de serviços no Acre sentem à mesa com as autoridades públicas em busca de alternativas ao funcionamento de seus negócios.
“Cada tipo de comércio terá de se adaptar à realidade do atendimento nesses novos tempos”, concluiu.
O Acre Agora