A família do governador do Acre, Gladson Cameli (PP), se comprometeu nesta quarta-feira (1) a pagar R$ 14 milhões aos índios ashaninkas do rio Amônia, na floresta amazônica, pela extração ilegal de madeira ocorrida na terra indígena de 1981, ainda na ditadura militar, a 1987.
O termo de conciliação foi assinado nesta quarta-feira (1) na PGR (Procuradoria-Geral da República), em Brasília. Participaram da negociação, no âmbito da Câmara de Conciliação e Arbitragem Federal, o MPF, a AGU (Advocacia-Geral da União), os indígenas, a Funai e dois dos réus em uma ação civil pública.
Os valores serão pagos por vários parentes do governador, incluindo seu pai, Eládio, que é empresário em Manaus (AM) em setores diferentes, como transporte e construção civil, e pelo espólio do tio do governador, Orleir Cameli (1949-2013), que também governou o Acre de 1995 a 1999. Gladson chegou a trabalhar na empresa citada na ação judicial, nos anos 90, mas não é parte da ação e do acordo nem deverá ter que participar do pagamento da indenização aos indígenas.
O acordo põe fim a cerca de 24 anos de tramitação de uma ação civil pública ajuizada no Acre em 1996 pelo MPF (Ministério Público Federal). Nos anos 80, a empresa dos Cameli retirava madeira dos ashaninkas da terra indígena Kampa, na região do rio Amônia. Eles foram autuados pelos órgãos ambientalistas, o que deu origem à ação, que buscava indenização e reconhecimento dos danos ambientais.
Uol