Em entrevista à Folha do Acre na manhã de quinta-feira (23), o secretário de Saúde do Estado, Alysson Bestene, afirmou que diante da curva de crescimento acelerado de transmissão de Covid-19 e do aumento expressivo de profissionais de saúde infectados, o sistema de saúde do Acre poderá entrar em colapso em um curto espaço de tempo.
Alysson afirmou que a grande preocupação do momento é o aumento no número de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem, a chamada linha de frente, que estão sendo contaminados o que poderá levar a falta de recursos humanos para atender pacientes.
“Estamos diante de um iminente colapso. Com relação aos leitos de UTI estamos conseguindo regular, organizar, mas esta questão dos profissionais afastados por estarem infectados é preocupante porque compromete o atendimento à população. Se as pessoas não entenderem que precisam ficar dentro de casa, que é gravíssimo o que está acontecendo, nosso sistema e nossos profissionais não darão conta e podemos ter um colapso e ver situações como as que estão acontecendo no Amazonas, Pará e outros estados”, diz.
A enfermeira M.S.S afirmou à Folha do Acre que a escala de trabalho no Pronto Socorro já está muito defasada, haja vista que na última semana tinham 4 equipes de enfermagem afastadas e que este número aumentou bastante, atingindo médicos, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem.
“É uma situação alarmante porque compromete o atendimento e nos abala como profissionais. O clima aqui é de tensão. Não é fácil ver um colega precisando de oxigênio, médicos internados. Isto realmente me abala muito e deixa todos sem saber o que pode vir pela frente”, diz.
Com relação ao esgotamento de leitos na UTI do Pronto Socorro, Alysson Bestene afirmou que a Sesacre já cuidou de abrir novas vagas.
“O hospital Santa Juliana receberá os pacientes de UTI que não são casos de Covid-19 e abriremos vagas para outros pacientes infectados pelo vírus. Contamos ainda com as vagas do INTO que se Deus quiser até a próxima semana estará funcionando”, diz.