Com 9 casos de coronavírus, prefeito de Acrelândia decreta toque de recolher

O prefeito de Acrelândia, Ederaldo Caetano, decidiu decretar toque de recolher na cidade do interior do estado que já tem registrado nove casos da Covid-19. Em Rio Branco, foi registrada a primeira morte pela doença nesta segunda-feira (6).

A taxa de contaminação na cidade, que tem 15.256 habitantes, tem preocupado as autoridades e a decisão do gestor foi após uma recomendação do Ministério Público do Acre (MP-AC).

Os primeiros casos em Acrelândia foram registrados no dia 29 de março. De lá para cá, já foram nove registros até o último boletim da Secretaria da Saúde (Sesacre). Até segunda-feira (6), o estado tem 50 casos confirmados com uma morte.

O prefeito explica que o toque de recolher vai valer das 19h até às 5h e a Polícia Militar que deve fazer essa fiscalização e orientação. O decreto deve sair nesta terça-feira (6) e passar a valer na quarta-feira (8).

“A gente vai ter um controle, que é a Polícia Militar que vai estar fazendo isso. Quem for pego na rua, vai ser orientado a voltar pra casa, a não ser que esteja indo na farmácia, por exemplo.Vai ser uma abordagem para saber o motivo de estar na rua. Se não tiver fazendo nada, vamos orientar que a pessoas volte pra casa”, explica.

A determinação segue também para o comércio em geral, segundo o prefeito.

“O comércio pode ficar das 6h da manhã até 6h da tarde. A gente tem tido ainda muito movimento na cidade. Precisamos, inclusive do apoio do Exército, pelo menos para acompanhar os agentes de saúde que estão orientando, porque as pessoas ainda resistem”, disse.

‘Absolutamente necessária’

A decisão foi tomada depois de uma reunião, por videoconferência, com o promotor Júlio César de Medeiros Silva, titular da promotoria do município, que reuniu autoridades, não só de Acrelândia, mas do Baixo Acre.

Em sua justificativa, o promotor diz que o toque de recolher já foi adotado em outras cidades e destacou que a cidade não tem respiradores no hospital municipal. Além disso, Vigilância Sanitária não teria como fazer uma fiscalização efetiva no período noturno, por conta da equipe reduzida e cansaço físico.

Quem não respeitar o toque de recolher, pode ser responsabilizado criminalmente por desobediência a uma ordem do poder público, destacou o MP.

“É uma medida de austeridade absolutamente necessária para amainar os efeitos nocivos do pico epidemiológico no município, já severamente atingido com 9 casos confirmados de Covid-19”, disse ao G1 o promotor.

Estratégias

Ficou decidido também que uma equipe composta pelas polícias Militar, Civil, Vigilância Sanitária, além do MP, deve ser criada para fiscalizar possível aumento de preços nos supermercados da cidade, já que não existe o Órgão de proteção ao Consumidor (Procon) na região.

Um levantamento também deve ser feito para saber quantas famílias podem ter direito a eventual recebimento de benefícios pelo governo federal. Além disso, o promotor pede que seja colocada em prática uma forma de famílias carentes poderem confeccionar máscaras caseiras para evitar a proliferação do vírus.

G1