Ao todo, são 531 afastamentos em todo o estado. MP e MPT têm acompanhado a situação durante a pandemia no estado.
Os profissionais de Saúde compõem a linha de frente do combate ao coronavírus. Eles ficam responsáveis por todo o tratamento do pacientes, desde o diagnóstico até os cuidados principais, mas, não estão imunes à doença. Dados da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) apontam que, até esta terça-feira (28), 93 servidores tiveram que ser afastados por estarem com Covid-19.
Além dos casos confirmados, 438 servidores precisaram ser afastados porque estavam no grupo de risco. O que significa dizer que dos 5.719 servidores da Saúde em todo o estado, ao menos 531 estão afastados.
Em todo o estado, o último boletim da Sesacre, divulgado nesta terça, apontava 317 casos confirmados em todo o estado.
Como são números dinâmicos, vale destacar que o cenário muda diariamente, mas é um termômetro do que está ocorrendo dentro da Saúde durante essa pandemia.
“Conforme as pessoas vão se afastando por suspeitas, ou mesmo contaminadas, as direções das unidades vão fazendo adequações. Remanejando profissionais que estejam de folga e até que já foram curados ou saíram da quarentena porque deram negativo para a doença. Os contaminados, até agora, são quase todos de áreas que não estão relacionadas a testes e cuidados de pacientes com Covid-19”, diz o informe da Sesacre.
O que é importante destacar, segundo a Saúde, é que na Unidade de Pronto Atendimento do Segundo Distrito, a UPA, que é referência no atendimento a pacientes com Covid-19, o contágio entre os profissionais é zero.
Colapso
O aumento dos casos de contaminação tem preocupado as autoridades do estado. A 1ª Promotoria de Justiça Especializada de Defesa da Saúde do Ministério Público (MP-AC), por exemplo, tem acompanhado de perto como essa baixa no efetivo pode acabar interferindo no atendimento das unidades de saúde.
Gláucio Oshiro, titular da promotoria, diz que este é um cenário delicado. “Há uma extrema vulnerabilidade dos profissionais de saúde, porque são eles que atuam na ponta mesmo, fazendo os devidos cuidados. Estamos acompanhando pedidos de EPIs, mas as faltas relatadas são coisas muito pontuais, não é nada sistemático e não tem faltado EPIs no contexto geral, mas a falta momentânea ocorre”, destaca.
O próprio governador do estado, Gladson Cameli, durante coletiva, já tinha falado sobre a dificuldade de conseguir alguns insumos, isso por conta da logística e alta demanda no mercado.
O MP tem focado em acompanhar se o deficit desses profissionais têm impactado no sistema de saúde. Ele enfatiza ainda que, caso não haja um equilíbrio, pode haver um colapso.
“Isso acaba nos criando um certo temor no desequilíbrio que pode causar no atendimento de saúde à população. Final de semana, por exemplo, tivemos impactos bem substanciais no fechamento de escala. De maneira momentânea, mas houve”, pontua.
G1