Quenison de Souza foi internado no Hosmac na tarde desta sexta-feira (13). Processo aponta que casal brigava demais por conta de ciúmes
Preso há cinco dias, o policial penal Quenison Silva de Souza, de 39 anos, deu entrada no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac) na última sexta (13).
Em ofício destinado à Justiça, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) justifica a internação do policial apenas por “necessidades psicológicas”, sem detalhar.
Souza matou a companheira dele, Erlane Cristina de Matos, de 35 anos, com um tiro na cabeça na última quarta (11) depois de chegar da casa de um amigo e iniciar uma briga com a mulher. O sobrinho dela, de 13 anos, que estava passando uma temporada com o casal, ouviu a briga e é testemunha do processo.
Foi ele quem pediu socorro e chamou a polícia após cometer o crime. Ele alega que o tiro foi acidental. Em depoimento, ainda na delegacia ao ser preso em flagrante, ele diz que os dois discutiam e que Erlane pedia a separação.
“A discussão evoluiu para empurrões e arranhões. Possuo uma arma, uma pistola PT 100, fornecida pelo estado e que, no meio da discussão, coloquei a arma sobre acama e, quando fui pegá-la para guardar, ocorreu um disparo acidental e atingiu Erlane”, afirmou o policial penal em depoimento.
‘Se sente culpado’
O G1 também teve acesso ao estudo psicossocial do policial que foi pedido pela Justiça. O relatório, assinado por uma psicóloga do Tribunal de Justiça, diz que Souza estava consciente, mas ainda muito abalado com tudo o que aconteceu.
“Apresentou-se ainda movido de muita comoção, com choro fácil e estado emocional ainda abalado, porém, não foi impedimento para narrar fatos do ocorrido, assim como fatos de sua vida familiar. O custodiado não apresentou ainda comportamento que indicasse transtorno psiquiátrico ou ainda estar sob efeito de substância entorpecente”, destaca o documento.
Erlane e o policial penal estavam juntos há 6 anos. Em depoimentos, familiares disseram que nos últimos tempos a mulher reclamava de recorrentes brigas e havia citado, inclusive, que queria se separar, mas o marido não concordava.
Todas as discussões eram movidas por ciúmes, segundo consta no processo. “Seus sentimentos são de intensa dor e arrependimento no que diz respeito ao ocorrido. Se sente culpado e em extrema vergonha perante sua família e seus amigos. Não consegue aceitar que uma tragédia como essa teve sua pessoa como responsável, pois sempre foi muito responsável com sua arma e com suas obrigações de esposa e pai de família”, relatou o policial também durante a conversa com a psicóloga.
O G1 tentou ouvir a defesa e a família do policial penal, mas foi informado que todos ainda estão muito abalados e que é necessário avaliar quais procedimentos serão tomados a partir de agora. Só depois, um posicionamento deve ser dado.
G1/AC