A saída de Thiago Caetano do cargo de secretário de Estado Extraordinário de Assuntos Estratégicos era mais do que previsível, haja vista que este cargo é praticamente a porta de saída do governo Cameli. Quem senta nesta cadeira, principalmente se tiver vindo de outra pasta, sabe que entrou em uma espécie de limbo de onde sairá para a porta da rua em tempo recorde. Fato é que a saída de Thiago Caetano, que já havia sido exonerado da Seinfra em dezembro e logo depois a recusa do governo em nomeá-lo para a recém-criada Secretária de Desenvolvimento Urbano (Sedur), demostrou o que todos sabianm: Thiago perdeu a queda de braço contra José Adriano, o falido presidente da Fieac, e cia, comandada por emedebistas não bem intencionados assim.
Entre a lenta queda de Thiago, que aceitou passar pelo limbo ao transforma-se em secretário Extraodiário, cargo de belo nome, mas que significa ser a terceira pessoa depois de ninguém no governo, teve a surpreendente saída da toda poderosa Maria Alice, secretária de Planejamento e Gestão do governo Cameli. Teoricamente Maria Alice teria pedido para sair, mas a verdade é que ela teve seus motivos e posso garantir, foram bons motivos.
Em abril de 2019, com apenas 4 meses de governo, Gladson já havia exonerado um secretário importante, o de Planejamento, Rafael Bastos, que saiu atirando para todos os lados, sugerindo haver algumas irregularidades. Não teve coragem de abrir fogo e caiu no limbo do esquecimento.
Em maio de 2019, Gladson exonerou o então secretário de Polícia Civil, Remulo Diniz, após uma série de pressões de um grupo de delegados.
Em junho de 2019 quem foi exonerado foi o secretário de Saúde, Alysson Bestene, dando lugar à médica Mônica Feres.
Quem caiu em junho de 2019 foi o comandante da Polícia Militar, Mauro Cesar, exonerado após queda de braço com a Associação dos Militares do Acre. Quem assumiu seu lugar foi o coronel Ezequias Bino que passou 5 meses no cargo e foi exonerado para dar lugar ao candidato derrotado ao governo do Acre, Ulysses Araújo.
Quem também foi exonerado em junho foi o ex-deputado Ney Amorim, que exercia o cargo de secretário de Estado Extraordinário de Assuntos Extratégicos. No mesmo mês também foi exonerado Vagner Sales, do cargo de secretário de Articulação Política do governo.
Em novembro do mesmo ano, apenas 5 meses após assumir o cargo e antes de conseguir emplacar seu plano de mudanças na pasta, foi a vez de Mônica Feres ser exonerada. Quem assumiu a cadeira de Mônica foi de novo Alysson Bestene, mostrando que a dança das cadeiras continua forte no governo Cameli.
Em novembro de 2019 quem também foi exonerado foi Paulo Wadt, que caiu após pressões do PSDB que o havia indicado ao cargo.
Com a queda de Thiago, quem segue lutando contra as forças ocultas e não tão ocultas é o diretor do Instituto Penintenciário do Acre, Lucas Gomes, que segue trabalhando firme contra as facçoes dentro dos presídios enquanto o PDT, do deputado Luiz Tchê, luta por seu cargo.
Outro que vive eterno limbo e nunca sabe se acordará secretário ou exonerado é Mauro Sérgio, da Educação.
No meio de tudo isso teve a crise existencial de Ribamar Trindade, que não sabia mais se queria ser o todo poderoso secretário da Casa Civil ou tentar retomar sua realidade de vida normal no Tribunal de Contas do Estado.
Tivemos ainda a troca de liderança por sucessivas vezes na Assembleia Legislativa do Acre. Instabilidade, teu nome é governo Gladson Cameli.
*Gina Menezes é jornalista, colunista política e sócia-fundadora do jornal online Folha do Acre