Após quase dez anos da morte de Eliza Samudio, o goleiro Bruno Fernandes, 35, afirmou pela primeira vez que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado por ter sido o autor do assassinato e da ocultação do corpo de Samudio, não foi o responsável pelo crime.
A afirmação foi feita em entrevista concedida por Bruno ao jornal O Tempo, de Minas Gerais.
O ex-goleiro do Flamengo foi condenado em 2013 a 22 anos de prisão (depois reduzidos para 20 anos e nove meses) pelo homicídio da então ex-namorada Eliza. Ele progrediu no ano passado para o regime semiaberto e vive desde então em Varginha (MG).
Para o goleiro, é Luiz Henrique Romão, conhecido como “Macarrão”, a peça fundamental para desvendar o crime.
Bruno também disse que não conhecia Bola, e que o ex-policial teve seu nome ligado ao caso por causa de uma suposta rixa que tinha com Edson Moreira, o delegado responsável pelas investigações do crime.
“Até que me provem o contrário, para mim, o Bola é inocente. Nesse caso, ele é. Quero avaliar a prova que liga o Bola a esse assunto. Não tem. Foi muito mais naquela época lá, que tinha que condenar, quando o Macarrão falou no júri que o ‘Bruno agora é o mandante, agora fecha. O Bola é o executor’. Tá, ele é o executor, prova isso. Prova também que eu sou o mandante”, afirmou.
O ex-policial foi condenado a 22 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado (por asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver.
Após as declarações do goleiro, a defesa de Bola disse para O Tempo que vai avaliar se há base legal para pedir a reabertura do processo.
Na entrevista, o goleiro também disse que torce para Macarrão “contar realmente a verdade”. “Acho que ele deve isso para a sociedade. Se ele foi a última pessoa a estar com a Eliza, por que ele não fala onde ela está então? Fala o que aconteceu realmente com ela. Não o que ele falou lá no júri, porque o júri é mentira”, disse.
Bruno disse que Macarrão já lhe contou o que realmente aconteceu, mas que cabe ao seu ex-braço direito esclarecer o caso. Macarrão não quis se pronunciar sobre as acusações de Bruno. Já o delegado Edson Moreira negou ter qualquer problema de ordem pessoal com Bola. “Tenho raiva é do crime”, disse Moreira ao jornal “O Tempo”.