Detentos de cinco pavilhões do Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco, iniciaram uma greve de fome nesta segunda-feira (2). O movimento ocorre após a suspensão da visita familiar durante o fim de semana em todas as unidades do estado.
A direção do FOC informou que os detentos não tomaram café e nem almoçaram. Dos cinco pavilhões, três são de presos provisórios e dois de sentenciados. Todos abrigam presos de uma mesma facção criminosa, segundo a direção da unidade.
O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) decidiu suspender as visitas no sábado (29) e domingo (1º) após encontrar bilhetes com planos de uma fuga em massa, semelhante a que houve no dia 20 de janeiro na mesma unidade prisional, quando 26 presos escaparam da unidade. No total, 13 foram recapturados e 13 seguem foragidos.
Também nesta segunda, parentes dos detentos fizeram uma manifestação em frente ao Palácio Rio Branco, no Centro da capital acreana, para reivindicar alguns direitos que, segundo eles, foram retirados dos reeducandos.
Mulheres, mães e outros familiares de presos exigiram a volta de alguns direitos e fizeram a manifestação para chamar atenção do governo. O Batalhão de Trânsito esteve nos pontos de protestos para tentar garantir a fluidez do tráfego, que ficou lento.
Greve de fome
No fim de semana, o diretor do FOC, Fagner Souza da Silva, explicou que os bilhetes revelaram um plano de fuga dos presos e que, possivelmente, esses bilhetes seriam entregues aos familiares durante as visitas.
O diretor também revelou que os presos já ameaçavam iniciar a greve para exigir a volta dos televisores, mais tempo de visitas e outras regalias.
“Estão reivindicando algumas regalias que tinham na gestão passada; televisores, freezer, mais tempo de visita, porque acham que está pouco e também a situação da visita de amigas que a gente sabe que é prostituição. Também querem permissão para que as mulheres que respondem processo criminal voltem a visitar o presídio, que hoje não pode mais”, complementou.
Silva acrescentou ainda que não há negociação sobre as exigências dos detentos. Segundo ele, será possível atender os presos com atendimentos odontológicos, que há algum tempo não é feito na unidade.
“Estávamos com problemas na cadeira de atendimento com algumas fiações, tivemos que quebrar toda estrutura de concreto para fazer manutenção. O problema foi resolvido, a cadeira está pronta e vamos fazer esses atendimentos. Reclamaram também da comida, que estava com cheiro de estragada, mas expliquei que a empresa está saindo e tem outra que vai fornecer”, garantiu.
O diretor contou também que doou mais de 1,2 mil pães rejeitados pelos presos nesta segunda. Silva frisou que já entrou em contato com algumas instituições de caridade para doar os alimentos do café da manhã de terça (3), caso os presos não queiram.
“Pegamos os pães e doamos para um centro de recuperação. Já entrei em contato com creches e o Lar dos Vicentinos também para fazer a doação do café de amanhã. Que fique claro que só faremos isso se houver recusa, de qualquer maneira temos que levar até o pavilhão. Assim será feito com o almoço e com o jantar também”, concluiu.
G1