Mecânico morto em chacina na Transacreana avisou sobre tiroteio em bar: ‘Não era bandido’

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Antes de morrer, o mecânico Wilson Macedo Brito, de 34 anos, conseguiu avisar à família sobre o tiroteio no bar da estrada Transacreana, zona rural de Rio Branco, onde morreram seis pessoas. A chacina ocorreu na noite de sábado (18), no quilômetro 100 da rodovia.

A reportagem conversou com a esposa do mecânico, que pediu para não ter o nome divulgado. Para ela, Brito estava no local e na hora errados. Ele morava com os pais na rodovia, onde montou uma oficina de motos e a esposa vive na zona urbana com os filhos.

“No sábado [18] ele saiu daqui 1h da tarde e falou que na segunda [20] voltava. Eu tinha passado a semana lá [na Transacreana], mas voltei para cidade porque estou com uma alergia. A mãe dele falou que ele chegou, tomou banho e disse que ia no [km] 100 para pegar dinheiro com uns rapazes”, frisou.

Ainda segundo a mulher, Brito combinou com um irmão de levar um rádio para ficarem se comunicando. É que o aparelho tinha sido comprado recentemente e precisava de testes. Na região, o sinal de telefone é precário e em muitos trechos não funciona.

“Falou que ia levar o rádio e ia ficar falando com o irmão do bar para testar. Começou a falar com o irmão e a mãe dele, que estava na cozinha, ouviu quando ele falou que estava tendo tiroteio lá. Foi a única palavra que disse”, relembrou.

A esposa disse que a mãe de Brito ainda chegou a pedir para ele não sair de casa. “Mas, ele disse que ia rapidinho e voltava logo. Todo domingo ia para lá jogar sinuca, mas lá tinha gente de toda espécie”, confirmou.

A mulher acrescentou que o bar era ponto de encontro dos moradores que iam para o local jogar sinuca e consumir bebida alcoólica. Casada com Brito há 17 anos, a mulher garante que ele não tinha qualquer envolvimento com o crime. Ele deixou dois filhos, de 4 e 13 anos.

“O que me dói mais é que era inocente. Não quero justiça, porque não vai me trazer ele de volta, quero esclarecer que não era bandido. Era de família. Não adianta pedir justiça para essas pessoas”, concluiu.

G1/AC

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